Melhor revelação de 2014, Hate Embrace conta história de Lampião

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Quando nós pensamos na cena musical nordestina, logo pensamos no forró, no axé, no manguebeat e nos vários estilos que ouvimos de artistas revelados na região. Mas uma banda em especial prova que esse pensamento vai mudar em breve.

A Hate Embrace, banda de death metal formada em Camaragibe, na região metropolitana de Recife (PE), foi considerada a melhor revelação do estilo no ano passado, segundo colaboradores da Roadie Crew, principal publicação sobre metal no Brasil.

Em 2014, os integrantes George Queiroz (vocal), João Paulo (guitarra), Alexandre Cunha (baixo/vocal), Ricardo Necrogod (bateria/vocal), Tamyris Daksha (teclado) lançaram o Sertão Saga, que conta a história de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O Passarim entrevistou o vocalista George Queiroz, que explicou a história da banda, a sensação de fazer um som tão pesado na região e a repercussão do lançamento do álbum. Confira:



P: De onde surgiu a Hate Embrace?
G: O Hate Embrace surgiu em 2008, com a proposta de fazer um death metal bem trabalhado, com temas históricos e do folclore mundial. Lançamos uma demo (The Dawn of a New Age) com temática egípcia, e depois de várias mudanças de formação, finalmente a banda se estabilizou e gravou seu primeiro álbum completo, o Domination Occult Art, em 2012, que também tinha temática egípcia. E no ano passado, lançamos o Sertão Saga, que conta a história de Lampião, o Rei do Cangaço.

P: Como é a sensação de fazer um som tão pesado em uma terra com uma cultura tão própria e tão exaltada pela população?
G: Realmente, a cultura local é muito exaltada aqui em Pernambuco, e é extremamente rica. Para nós que fazemos metal extremo, isso ajuda bastante, pois nos dá elementos para trabalhar que outras bandas do gênero no mundo não possuem. O Sertão Saga, por exemplo, traz esses elementos nas peças introdutórias dos atos, e em uma música em especial, Utopia, que tem a participação de um artista pernambucano, o Silvério Pessoa, e na música utilizamos elementos do maracatu que atingiram um resultado muito legal.


P: Como é a cena do rock na região?
G: A cena pernambucana é uma das principais do Nordeste. O movimento manguebeat ficou nacionalmente famoso, e isso ajudou com a profusão de bandas locais. Não posso falar muito da cena rock mesmo, por falta de conhecimento, por ser diferente da nossa do metal, mas tenho muitos amigos de bandas de rock que sempre estão na ativa e falando bem.

No nosso caso particular, do metal, a cena também é uma das principais da região, sempre revelando bandas e músicos de excelente qualidade. Pernambuco já é rota de shows das principais bandas de metal extremo do mundo, não só Recife, mas também Caruaru, no interior. Há uma boa quantidade de bandas locais, e os eventos tem surgido com boa regularidade. Há alguns altos e baixos, mas isso é comum a todas as cenas headbangers do Brasil, então posso dizer que nossa cena local é muito boa.



P: E o Sertão Saga, lançado ano passado, que retorno vocês já tiveram dele?
G: Nosso último disco teve um retorno muito positivo em termos de crítica, estamos extremamente satisfeitos. Neste mês, dois colaboradores da revista Roadie Crew, a principal do gênero no Brasil, colocou o Sertão Saga entre os 10 melhores lançamentos do ano de 2014, e ver nosso nome em top 10 ao lado de bandas como Aborted, Exodus, Pink Floyd, Overkill e Judas Priest nos deixou muito felizes. A primeira tiragem vendeu muito bem.

Agora, já estamos em fase de composição do próximo álbum, que deverá ficar pronto em 2016, e também terá temática nordestina, tratando das lendas urbanas do Recife Assombrado, matéria que até Gilberto Freyre já estudou e que encanta tanto locais quanto turistas. Esperamos que seja um trabalho superior ao Sertão Saga, e vamos sempre trabalhar para fazer um disco melhor que seu antecessor.

Confira o Sertão Saga na íntegra:

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